Modalidade, que já foi estigmatizada, apresenta utilidades que vão além da cobertura em caso de morte ou invalidez
Os seguros de pessoas recebe cada vez mais olhares atentos dos trabalhadores em geral e o cenário não é aleatório. Com o desemprego na casa dos 12,7%, segundo o IBGE, há menos cidadãos com seguros de vida em grupo oferecidos entre os benefícios das empresas e, portanto, há uma forte tendência de se procurar alternativas para a proteção financeira que foi perdida. Além disso, o projeto de reforma da Previdência Social ainda não saiu do plenário da Câmara dos Deputados, o que gera receios na população para um cenário de insolvência do pagamento da aposentadoria via recursos públicos. Com isso, a preocupação com a garantia de recursos financeiros imediatos e para o futuro tem despertado crescente interesse.
Segundo a CNSeg, o seguro de pessoas é um dos principais responsáveis pela expansão do segmento, apresentando um crescimento de 10,9% em 2017 sobre 2016. Já de acordo com a FenaPrevi, o setor fechou 2017 com reservas de R$ 756,17 bi e resultado nominal 17,6% superior ao verificado no acumulado de 2016.
É nesse contexto que o seguro de vida entra como um elemento que vai além da tradicional cobertura de morte e invalidez: ele forma uma verdadeira retaguarda para que as pessoas consigam seguir tranquilas em seu planejamento de vida, acumulando recursos, direcionando investimentos de acordo com o perfil e tendo a certeza que, caso ocorra algum percalço, tanto o próprio titular quanto aqueles que ama estarão financeiramente amparados. “Até mesmo se o segurado sofrer uma invalidez permanente parcial, total ou diagnóstico de doença tida como grave, um plano adequado de seguro de vida pode funcionar como uma antecipação de recursos em vida, garantindo que ele mantenha seu planejamento inicial de acumular recursos, não desamparando o pilar financeiro”, declara o head de Capacitação em Vendas do Seguro de Vida Individual da Omint, Carlos Faria.
“No Brasil, há uma forte cultura de se contratar seguro para objetos e bens, mas não para os próprios segurados. Tanto que, quando temos a oportunidade de perguntar às pessoas o que vem à cabeça quando se fala em seguro de vida, invariavelmente ouvimos a resposta ‘morte’. Temos que desmistificar essa visão de que esse seguro é um ‘bilhete da morte’, como muitos ainda o veem. Ele também pode ser desfrutado pelo próprio segurado ainda em vida, até mesmo porque ele é o primeiro beneficiário de sua apólice”, acrescenta.
No mesmo contexto apresentado do produto, a percepção das pessoas em geral sobre previdência privada é a de complemento de aposentadoria, segundo Faria. “Por conta dessa visão limitada sobre esses dois instrumentos, que são indispensáveis em um planejamento financeiro bem estruturado, muitas pessoas ainda os percebem de forma antagônica, sendo que o mais adequado seria ter uma visão complementar: enquanto o seguro de vida protege a trajetória de acumulação, providenciando um capital necessário para garantir tranquilidade e foco no objetivo financeiro, a previdência complementar garante a regularidade e a disciplina durante a trajetória de acumulação de recursos, possibilitando que eles sejam desfrutados futuramente”, comenta o executivo.
Faria ainda destaca três itens fundamentais a serem considerados na hora de contratar um seguro de vida:
1) Conhecer o produto: Seguro de vida não é “tudo igual”. O contratante precisa perguntar e procurar entender muito bem os termos descritos na apólice: eles fazem sentido para o meu momento de vida? “Não é porque a cobertura apresenta uma série de descrições técnicas que ela é exatamente adequada. O segurado deve ser muito bem orientado sobre como elas podem atender às suas necessidades”, pondera o executivo.
2) Diferenciar coberturas: O produto contratado deve atender às necessidades e levar em conta as características e perfil do contratante. Segundo Faria, “seguros de prateleira podem não atender às necessidades e serem onerosos pelas coberturas apresentadas”. Para isso, é primordial procurar um profissional especializado em seguros de vida, que possa realizar um estudo de necessidades e apresentar uma solução composta pelas coberturas que sejam ideais para o cliente.
3) Ponderar fatores: A seguradora deve realizar uma análise prévia de cada proponente para entender sobre o histórico de saúde, hábitos, profissão, esportes de risco e histórico familiar que requeira uma atenção especial, principalmente para as coberturas de diagnóstico de doenças tidas como graves. “É preciso que todos os fatores de risco sejam avaliados e ponderados antes da emissão da apólice, para que não haja qualquer questionamento desnecessário após o evento coberto”, pontua Faria
Para finalizar, o especialista ressalta que a contratação ideal de uma solução de seguro de vida está ligada diretamente ao sucesso do planejamento financeiro bem estruturado. “Nessas duas situações, ninguém planeja fracassar, mas muitos fracassam ao planejar, por negligenciar a proteção que este planejamento precisa ter”, finaliza.
Fonte: M.S. – Revista Apólice